quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Sábado Sangrento

 Não, não é um roteiro de terror. Aliás, depende da cor do panorama que você quer ver.
Foi debaixo de cobertas, semi-nua, no ligeiro frio artificial; lá estavam os dois, sob um manto de beijos e carícias  invejáveis por só quem provou e sabe o que sente um bebê ao experimentar um outro alimento a não ser o leite materno. É difícil recomeçar uma gostosa nutrição à base daquele líquido amarelado e azedo! Não quando eu conheci a glória.
 Tem se o sustento e coração, neutro e intenso, riso e nostalgia, conforto e medo; tudo em um só ser, em uma só noite.Eu me debulhei e me atirei no maior clichê de todos: a dor do amor. Pensei, gritei[muda], sussurrei, chorei, repensei, agoniei, revirei, dormi...
 Entrei então na fase de paz, agradeci por não estar em mim naquele momento. Senti o veludo, a seda e o cetim... Fui de encontro aos meus antigos e velhos hábitos, lembrados geralmente nessas horas. Eu não quis, e juro que tentei, não despertar do meu pesadelo.
 Foi então que acordei, os vi novamente e pensei que estava dormindo.