quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Sentinela do sono



    Sabe, às vezes gosto de admirar o que é meu num raio de cem metros... A poeira minha, a caixa vazia minha, a prateleira pendendo minha, o guarda-roupa inacabado meu. Aquele escrito sobre um devaneio súbito que esqueci de escrever também é meu. Assim como a formiga que tangencia o vão da porta.
    Os sentimentos do desconhecido que desce as escadas do prédio. As emoções escritas em cartas e bilhetes dentro do baú trancafiadas. O livro divertido porém desprezado por não conter grandes depressões também o é. Até a mãe que dorme no quarto ao lado se diz minha.
     Essa maldita insônia a mim pertence. A dor de cabeça futura com o prejuízo financeiro também. Tem até certos sonhos que esporadicamente são meus. Tudo é meu. Menos eu.

                                   

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